sábado, 9 de maio de 2009

Se me pede um sorriso, te faço sorrir. Se me pede um céu azul, eu dou mais que isso, dou um céu azul, uma grama verde, um arco Iris. Se me pede uma mão, eu dou o braço, a perna, barriga, umbigo, o corpo inteiro... Só pra te ver comigo. Se me pede um abraço, eu te aperto até não poder mais respirar e ficamos tão juntos que confundo teu cheiro com o meu. Se pede para que eu ame até seus defeitos, eu amo, porque são nossos defeitos que nos tornam diferentes e únicos... Só pra te ver comigo, só pra te ver comigo.

Luiza.

Luiza sempre foi uma garota problemática. Conheço-a há anos. Nossas mães eram amigas de infância, assim como nós... Que crescemos juntos. Apesar dos erros dela... Sempre foi uma garota legal, quando queria. Conheço todos os defeitos e qualidades dela. Sempre queria tudo do jeito dela, achava que o mundo era dela. Bom... Isso não é uma mentira. Pois Luiza vivia em seu próprio mundo. Nunca ousei entrar nele por inteiro. A casa dela era de frente pra minha, aquela bela casa amarela... De vez em quando eu ficava olhando a janela do quarto dela pela minha. Aos oito anos juramos amor eterno diante de nosso castelo de areia. Lembro como se fosse ontem... Aqueles olhinhos preto-jabuticaba. Estudávamos na mesma escola, morávamos na mesma rua, mesma cidade. Tudo a gente fazia junto. Quer dizer... Quase tudo. Ela era minha melhor amiga. Nós éramos a prova de uma amizade verdadeira entre menino e menina. Em todos meus aniversários de quando criança, ela era sempre a primeira a chegar... Com um belo embrulho nas mãos, e um sorriso de orelha a orelha. Segurava minha mão e corria pra lá e pra cá. Era sempre a última a ir embora também, ficava comigo esperando a hora de abrir os presentes. ''Já sei, já sei. O seu é o primeiro!'', todo ano era assim. Fomos crescendo, e de certa forma fomos aos afastando também. Eu já não achava tanta graça em ser o pai das bonecas dela. E ela não gostava mais de jogar bola comigo. Luiza ganhou belas pernas, seios e um namorado também. Fiquei meio chocado com a noticia de que Luiza estava namorando, mas eu não podia fazer nada... Ela era apenas minha amiguinha de infância. Um tempo depois pedi uma garota da escola em namoro. Não deu muito certo, não durou muito tempo. A cada dia que passava eu tinha mais certeza de que Luiza era a única chave certa pra mim. Mas ela não se interessava mais por mim, não se importava mais. Ela se tornou uma bela moça... E eu, um belo rapaz, se me permite dizer. Aprendi a esquecer Luiza
Afinal tudo nessa vida passa, até aquele enorme amor que tinha por ela. Eu só era um menino, e um amor maior que o céu. Luiza nunca foi uma menina certinha, sempre gostou de ser... Rebelde. Sempre queria ser a bruxa da peça de teatro da escola. Nunca abriu mão do que queria. Uma vez me deram a noticia de que ela havia fugido de casa... Alguns dias depois ela voltou. Luiza definitivamente gostava de chamar atenção. Não ligava para opiniões alheias. Fazia o que dava na telha. Luiza nunca gostou de ser princesa. Hoje eu nem a vejo mais. Ela mudou de casa, mudou de vida, até mudou a cor do cabelo. Às vezes a vejo passar com seu namorado novo, com um sorriso de orelha a orelha.
Novamente vou reclamar das coisas que cansei. Definitivamente eu não presto, não presto com ninguém, não presto pra nada. Não tenho utilidade nenhuma. Eu fiz o meu melhor para poder chamar o seu nome de forma clara, mas eu gaguejei. Eu falhei. Eu acho que eu falho em tudo. Cansei disso. Cansei também de só reclamar, mas infelizmente é só isso que eu tenho feito bem ultimamente, reclamar. E eu decido mudar. Mudar pra melhor. Se eu não for feliz com quem eu quero tudo bem, é assim mesmo. Algumas coisas acabam de forma dolorosa pra evitar dores maiores depois. A partir de hoje a minha única certeza será saber de que eu me basto. E procurar mudar a cada dia. Vou dar mais importância a minha família, que isso sim é pra sempre. Chega de mentiras. Dar mais importância pros meus amigos, porque eles sim estão aqui quando eu preciso, e não tiram idéias precipitadas sobre mim. Aprendi que pra eu poder amar alguém de verdade, preciso primeiro me amar. Dói, dói muito sim... Mas tudo cicatriza. Apesar de que agora tenho a sensação de que amor e câncer são as mesmas doenças... Eu sei que toda paixão é passageira, fato. Quem é que nunca morreu de amores por alguém, acabou, achou que o mundo ia acabar junto, e hoje ta ai, com outra pessoa, feliz, e talvez nem se lembre daquela pessoa que a fez sofrer por tanto tempo. A vida é assim mesmo, altos, baixos, subterrâneos (eu ri). Agora aprenda coração burro. Aprenda. Estou ficando acostumada com isso. Eu sei que isso é errado, mas eu estou te desejando tudo que eu passei. Não tudo de uma vez só não, eu quero que seja lento, devagar. Que seja doloroso. Porque é assim, por mais que a outra pessoa esteja errada, é assim, tudo volta pra você. E eu decido que a partir de hoje não caíra mais uma lágrima sequer de meus olhos pensando em você e em tudo que eu fiz. Porque vou pensar em tudo como uma aprendizagem, uma forma de aprender, crescer, pra ser melhor ao próximo que virá. Eu posso amar você e minha felicidade pode depender da sua, mesmo o motivo da sua felicidade seja o motivo que me deixa infeliz. O motivo da sua felicidade sendo outra pessoa me faz infeliz, mas eu posso te amar. E nada vai mudar isso, apenas o tempo. O tempo cura tudo, não é mesmo? Pessoas apaixonadas costumam não aceitar os fatos. Pelo menos eu estou aceitando, já é um grande passo pra esquecer tudo. Mas... Se eu não esquecer, é porque era pra ser assim mesmo. Quantas pessoas existem no mundo, e sei que tem alguma por aí que é o encaixe perfeito. Quantas pessoas eu ainda não conheci. Quantas pessoas não passaram despercebidas por mim. Por quantas pessoas eu não passei despercebida. São muitas. Na verdade eu nunca precisei de ninguém pra resolver meus problemas, nunca precisei de ninguém pra seguir em frente, subir os degraus, e nem pra muito menos pular esses degraus. E é isso que ninguém é capaz de entender, ninguém precisa de ninguém. Todo mundo se apega, e acredita que sempre somos dependentes de alguém, e não somos. Quando a única pessoa que realmente precisa de alguém se encarna em um ser sem esperanças sobre si mesmo. Mas aí você pensa: “Mas eu tenho fé sobre mim, eu sei que posso, eu acredito!” E então por que tem um apoio? Fé não significa nada se você não sente-a. Você sabe o que significa fé de verdade? Você cria seus motivos, razões e fatos. Daí vão surgindo princípios e realidades, fantasias e seus limites – E eu pareço com alguém que impõe limites sobre si mesmo? Não me apego e nem precisaria, não dependo e ainda vivo. Vou continuar andando sem você, vou sorrir sem ele e cantar sem precisar de ninguém para me acompanhar. Porque eu estou ficando acostumada a isso. Não tenho limites, porque o único problema que eu poderia encontrar seria uma negação de mim mesmo. E para mim eu nunca nego nada. Meu único princípio é ser benéfico para eu mesmo, e nisso nenhuma pessoa nunca tentou e nem se atreveria tentar atrapalhar. E mais uma vez eu vou embora.
Às vezes me bate uma nostalgia... Eu fico lembrando-se da tarde em que a gente ficou deitada assistindo filme, você tão perto de mim, eu podia sentir seu coração batendo no meu braço. Podia sentir a sua respiração no meu pescoço. Lembro do dia que dormimos juntos, você tão bonitinho dormindo, acordando no meio da noite só pra fazer suco de laranja pra mim porque eu estava doente. De você fazendo meu café da manhã no dia seguinte, preparando a coisa que eu mais gosto de comer de manhã. Saudade de você dizendo que eu o faço bem, saudade do seu cheiro, é o melhor cheiro que eu já senti um cheiro que eu nem sei explicar. Saudade de você me mordendo. Tenho saudade até das marcas que você deixava no meu corpo. O roxo da ultima mordida que você me deu já está até sumindo, sumindo junto com você. Do mesmo jeito que o roxo apareceu está indo embora. Doeu ao aparecer, dói muito mais ao ir. Às vezes sem querer, mas meio que querendo acabo vendo uma foto sua, e me dói. Acabo ouvindo aquela musica que você dizia que se lembrava de mim quando escutava, e me dói. Fico ouvindo a musica pra que ela esteja sempre viva aqui, não que isso seja preciso, mas eu gosto da sensação que ela me trás. Saudade de você cantando ''to com saudade de você debaixo do meu cobertor''. E do mesmo jeito que você apareceu, está indo embora. Rápido, sem deixar rastros. Faz tão poucos dias que você se foi, e eu já sinto um aperto no peito como se me faltasse alguma coisa, como se faltasse uma parte de mim, um pedaço, um órgão vital. Não entendo porque você desiste da caminhada na primeira pedra que encontra no caminho. Esse seu orgulho que me mata, sua frieza que me mata aos poucos. Sinto-me despedaçada... Só espero que um dia eu consiga achar cada pedaço de mim que se perdeu quando você partiu. O pior é saber que esta dor está apenas começando. Definitivamente amor e câncer são as mesmas doenças pra mim. E fico pensando nessas coisas e muitas outras, e pensando no quanto me dói saber que são coisas que talvez nunca mais voltem. Você levou contigo minha vida, levou contigo a beleza das coisas mais simples da vida, nem beijo de cinema me faz mais suspirar. Música nenhuma me dá vontade de dançar. E eu terei de sofrer calada, sozinha. Deitar minha cabeça no travesseiro todas as noites, acordar e fingir que tudo está bem. Sorrir quando minha maior vontade é de chorar. Responder aos ''bom dia'' que são dados. E responder que está tudo bem quando alguém na rua perguntar. Terei todos os dias à sensação de que me falta algo, que perdi algo... Até esquecer o que é, e sem querer, lembrar de novo. Sensação de perder uma coisa que nem tive por completo. Será que podemos afinal perder uma coisa que nunca tivemos? Te perdi, e acabei me perdendo também.

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